domingo, 10 de outubro de 2010

Devaneios .$

      

Ela queria garantir que tudo está bem. Que, após o tal "choque", aos poucos a dor aliviaria com uma cicatriz. Mas quando tudo parece estar aliviando, a próxima semana chega, e é preciso encarar tudo de novo.
Ela queria tanto não precisar sorrir uma mentira, falar forçadamente... Queria tanto não precisar encarar a próxima semana, a próxima sexta , a próxima hora do dia.
Ou da noite, que chega sempre para mostrar o quão inevitável esse sentimentalismo de dor de perda é . E essa hora, é tão ruim quanto a do dia.
Ali, trancada nos próprios pensamentos, por mais que tente segurar, as lágrimas se libertam. Ela tenta secá-las rapidamente, mentindo pra si mesma o quanto suporta tudo isso, o quanto é forte, tentando de todas as maneiras fazer-se acreditar nisso. E por segundos, ela acredita, que no dia seguinte, irá acordar, lembrando desse terrível pesadelo...
Mas isso nunca acaba, ela nunca acorda. E por vezes, quando realmente percebe que isso não é um pesadelo, um desespero invade... Lágrimas, canções ou palavras não são o suficiente para acalmá-la, aliviá-la. Perde o rumo, o sentido. Não sabe o que fazer da própria vida.
Só sabe esperar, em todas essas noites de desespero, que o dia seguinte seja diferente...
Mas nunca é. E assim, em uma monotonia desesperadora - que é o que se tornou os seus dias, e noites -, ela tenta seguir. Tenta.             
Gilliard eterno sz'

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